quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Homoafetivo

Inaldo Barreto

O termo não é muito facilmente encontrado em dicionários. Foi criado para amenizar os relacionamentos homossexuais nas audiências e em discussões públicas sobre o assunto.

Vamos começar pela Grécia. Na antiga sociedade grega, as mulheres não gozavam de muito prestígio. Platão afirmava: “as mulheres, quanto à virtude, estariam bem atrás dos homens e que, como sexo frágil, seriam em tudo mais traiçoeiras e astutas do que eles". Chama-as de superficiais, pusilânimes e supersticiosas. Platão chegou a afirmar que, nascer mulher seria uma maldição dos deuses. Aqueles homens que não tivessem se controlado em vida, sendo covardes e injustos, após sua morte, como punição, renasceriam mulheres.

Platão acrediava na reencarnação. Esse preconceito favoreceu a homoafetividade. Na Grécia antiga, era frequente o amor entre um homem e outro homem, com sutis estímulos eróticos. Também houve entre as mulheres o mesmo problema. Daí o termo ‘lésbica’, em referência a uma cidade de nome Lesbo. Mas primeiro vamos estudar a questão da homomixia que, como gênero, trata tanto da relação da mulher com outra mulher, como de um homem com outro homem.

Geralmente na antiga Grécia o homem mais velho se relacionava com os mais jovens de forma hoje considerada inconveniente. Para os gregos da época de Platão, no entanto, fazia parte do bom tom que  um estadista, (governador, prefeito ou semelhante) ou  um comandante se interessassem por belos adolescentes. Platão relata de Sócrates, que foi seu mestre, um fato que deixa claro essa tendência entre os gregos antigos.

“Ininterruptamente, este procura o trato com belos rapazes, e certa vez, admite-se ser apaixonado por duas coisas: pelo jovem Alcebíades, o genial menino-prodígio de Atenas de então, e pela filosofia”.  Outra vez  em que Cármides, indiscutivelmente o mais belo entre os moços atenienses, se senta a seu lado, Sócrates confessa: “Caí em perplexidade, e desapareceu minha ousadia anterior, quando acreditava que seria fácil falar com ele”.

Mas a história resgata o caráter de Sócrates quando registra: ”Mas o relacionamento de Sócrates com os adolescentes não é da espécie usual de relação amorosa”. Nos relatos que Platão faz sobre isso, pode-se ver algo do que significa “amor platônico”. Alcebíades é quem deixa um discurso onde relata sua paixão por Sócrates e o desprezo deste pelo amor de Alcebíades:

“Vós vedes que Sócrates é apaixonado pelos belos adolescentes e que anda sempre em torno deles e se deixa por eles fascinar, mas não importa se é belo, ou rico ou se possui qualquer outro privilégio enaltecidos pela massa. Ele tem todos esses bens por fúteis e tem a nós mesmos por nada – isso vos garanto – Sócrates leva sua vida cheio de ironia e de desdém pelos homens. Acreditava que se ele se interessasse por minha beleza juvenil e pensava que isso fosse um ganho incalculável e uma felicidade indizível para mim; pois, se eu fizesse a vontade de Sócrates, poderia ouvir tudo o que ele sabia; julgava sabe-se lá o quê de minha beleza juvenil. Isso, portanto pensava eu, e como antes nunca havia estado a sós com ele sem um serviçal, dispensei certa vez o serviçal e ficamos sozinhos…

Acreditava que, logo a seguir, Sócrates fosse falar comigo como um amante fala na intimidade com o amado, e regozijava-me  com isso. Mas nada disso ocorreu.  Continuou a conversa comigo como de costume e, após termos passado um bom tempo juntos, foi-se embora. Depois disso, desafiei-o praticar ginástica comigo como de costume e, a fim de alcançar algo com isso. Ora, ele fez ginástica e lutou várias vezes comigo sem que ninguém presenciasse. Mas devo dizer que isso de nada me adiantou.

Como nada conseguia de modo algum, parecia-me  que tivesse de instar mais fortemente com esse homem e que não pudesse  desistir  uma vez começado; tinha de saber afinal qual era o problema. Convidei-o então a cear comigo, assediando-o  como um amante faz com o amado. Mas nem assim cedeu-me à vontade de pronto. (A última tentativa de Alcebíades é muito curiosa). Depois de termos ceado, entretive-me  com ele ininterruptamente  noite adentro.

Quando então quis partir, pretextei que já era tarde, forçando-o a ficar. Deitou-se assim, sobre o leito ao lado do meu,  sobre o qual também havia ceado, e ninguém mais dormia no aposento exceto nós dois… Quando então homens de Atenas! A lâmpada foi apagada  e os escravos  estavam lá fora, pareceu-me  que não precisava mais hesitar diante dele, podendo dizer livremente o que pensava.

Toquei-lhe levemente e disse:  – ‘Sócrates tu dormes?’
Não, respondeu ele.
Sabes o que tenho em mente?  - O que é?, disse.
Retruquei: ‘Que somente tu sejas um amante digno de mim. Mas parece que hesitas em me cortejar. Considero totalmente insensato não te fazer a vontade também nisso… pois não há nada mais importante para mim do que me tornar o melhor possível; para isso, creio , não há nenhum tutor mais  competente  do que tu. Se eu não fizesse a vontade de um tal homem, envergonhar-me-ia…’ Após me ter ouvido, replicou ironicamente e bem a seu costumeiro modo: ‘Meu caro Alcebíades tu não me pareces realmente nada mau, se for verdade o que dizes  sobre a força que tenho, por meio da qual pudesses torna-te melhor. Pois, assim verias em mim uma imensurável beleza, totalmente diferente da tua formosa figura’.

Finalizando, disse  Alcebíades: ‘Pelos deuses e deusas, vós deveis saber; após ter dormido ao lado de Sócrates, levantei-me assim como se tivesse dormido ao lado de meu pai ou de meu irmão mais velho’”.

Essa história revela o costume na antiga Grécia, também em Roma acontecia coisas semelhantes, Adriano tinha um companheiro que se imagina, mais do que amigo. Esse sentimento homoafetivo tem afetado a muitos homens, na biografia de Gilberto Freyre ele tem contato amoroso com um jovem alemão quando passou um tempo por lá.

Agora, temos que saber como lidar com esse problema na Igreja.  Acontece de jovens, mulheres ou  rapazes, passarem por esse sentimento. Se  um jovem estiver passando por esse problema, a solução é procurar aconselhamento. Mesmo na Igreja no Brasil já aconteceu o caso de uma missionária terminar por fugir com a mulher de um pastor. Coisa incrível.

Os acontecimentos provam que mesmo uma mulher casada pode ser frígida com o seu marido pelo motivo homoafetivo. Tendo uma atração pelo mesmo sexo, sente-se em dificuldade de valorizar o marido ou a esposa. Nos Estados Unidos, clérigos, especialmente os aposentados, avançam e fazem o casamento de pessoas do mesmo sexo.  Claro que se o Estado faz, não quer dizer que seja obrigado a Igreja fazer.

O que se pode notar que esse vicio ou desvio, ou seja lá como queiram entender, não tem apoio bíblico, nem no Velho tampouco no Novo Testamento. Entretanto, se alguém é homoafetivo, mas se controla, seria talvez esse, o  eunuco. Não sei, talvez seria. Mas o que acontece em alguns casos onde a pessoa casada esfria com o marido ou com a esposa por causa do sentimento homoafetivo? Nesse caso a saída é o aconselhamento com o pastor da Igreja. Algumas pessoas se casam, mas tiveram amantes do mesmo sexo. Então, e depois de um tempo, quando o casamento entra naquele estágio de rotina, o sentimento homoafetivo aflora e o desprezo pelo marido ou esposa aflora junto.

Esse é um problema que o pastor do Século XXI vai ter que enfrentar, pois com a liberação geral, com as leis favorecendo a homossexualidade, a tendência é aqueles que sentem essa inclinação assumir publicamente seus sentimentos homossexuais. Muitos se entregam às drogas, bebidas ou até mesmo ao trabalho ininterrupto para tentar fugir da tentação. O ciúme também aflora quando o antigo “amante” já está de novo amores. Mesmo uma mulher casada  ou um homem casado pode sentir esse ciúme. Mas nesse caso um aconselhamento resolve.

Alcebíades se apaixonou por Sócrates, mas seu testemunho isentou Sócrates da homomixia: “Pelos deuses e deusas, vós deveis saber; após ter dormido ao lado de Sócrates, levantei-me assim como se tivesse dormido ao lado de meu pai ou de meu irmão mais velho”. O amor ágape algumas vezes é interpretado como “amor platônico”, e que essa história de “Alcebíades, mostra com clareza, antes de tudo, que o Eros filosófico não é amor sensual.” Wilhelm Weischedel.

Uma área sensível e muito comum é o assédio de crianças. Visto que elas são indefesas, o abuso sexual é mais comum. Até em Israel li recentemente que o índice dessa ocorrência é alarmante. Crianças judias e árabes são abusadas pelos parentes e por outros. Nesse nosso tempo, a homossexualidade é quase tida como normalidade. Os magistrados se esforçam para colocar no mesmo patamar o Casamento entre um homem e uma mulher e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Cartilhas fornecidas pelo governo tratam do assunto como se fosse o natural, não distinguem o macho da fêmea. Tudo isso gera confusão na mente das crianças, e a Igreja deve usar de sabedoria para desfazer esse mal entendido, ou melhor dizendo, esse pecado orquestrado pelas autoridades, inclusive aqui no Brasil. Por essa razão temos que zelar por nossas crianças para que não sejam vitimas de abusos. Mesmo na Igreja é necessário manter a vigilância, pois é melhor prevenir do que remediar. Esse e o nosso dever, pois Jesus recomendou: “Deixai vir a mim os pequeninos. Não os impeçais, pois deles é o Reino de Deus.” (Evangelho segundo Marcos 10.14).


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